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O acervo

O acervo do Museu da Pessoa é composto por um conjunto de histórias produzidas a partir de memórias individuais, podendo estar registrada de diversas maneiras: em textos, áudios, vídeos. Muitas histórias também são acompanhadas de fotografias e documentos pessoais, que ajudam a ilustrar as passagens compartilhadas.

Estas histórias podem contar a trajetória de vida da pessoa ou apenas uma pequena passagem. Em geral as histórias registradas pelo Museu tratam da trajetória por inteiro, desde o nascimento até as perspectivas futuras, mas é possível a qualquer colaborador construir esta narrativa por etapas, ou capítulos – enfim, como considerar mais pertinente.

Este conjunto de histórias, imagens, documentos e objetos permitem leituras diversas sobre o acervo e acaba por compor uma fonte de memória coletiva brasileira e, por que não, um banco de experiências humanas. Memória esta que, no caso do Museu da Pessoa, é fragmentada, incompleta e diversificada tanto no que diz respeito ao tipo de mídia utilizada originalmente quanto nas formas e contextos de produção das histórias.

Dentro disso, destacamos algumas características básicas do acervo do Museu da Pessoa:

  • Por ser um museu exclusivamente virtual, todo item do nosso acervo é digital;
  • A entrevista de vida costuma ter dois suportes: o vídeo (através da gravação) e o texto (através da transcrição e edição). Obs. Em algumas das entrevistas mais antigas do museu o vídeo não foi captado, apenas o áudio.
  • A diversidade de contextos de registros de história, multiplicidade de suportes e formatos e as sucessivas migrações tecnológicas fazem com que o conteúdo tenha que ser frequentemente reorganizado, reformatado e padronizado, visando um acesso cada vez mais ágil e qualificado.

Como grande parte das histórias tratam da trajetória de vida por completo, as possibilidades de busca e os resultados que o acervo do Museu da Pessoa permite são múltiplos, extrapolando quaisquer temas específicos do contexto de registro. O acervo do Museu da Pessoa permite assim o cruzamento desses conteúdos, tornando-os fonte de reflexão e análise para o público, que é formado por pesquisadores, historiadores, educadores, artistas e interessados. A ampla disponibilização e acesso a esse conteúdo pode resultar em pesquisas, trabalhos pedagógicos, obras de arte etc.

A função do Museu da Pessoa é estimular o surgimento de novas narrativas na sociedade. Para que o estímulo ocorra e mais histórias sejam produzidas é necessário que o conteúdo do acervo possa ser acessado e consultado.

História oral

A história oral é uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas com pessoas ue podem testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história contemporânea. Começou a ser utilizada nos anos 1950, após a invenção do gravador, nos Estados Unidos, na Europa e no México, e desde então difundiu-se bastante. Ganhou também cada vez mais adeptos, ampliando-se o intercâmbio entre os que a praticam: historiadores, antropólogos, cientistas políticos, sociólogos, pedagogos, teóricos da literatura, psicólogos e outros.

As entrevistas de história oral são tomadas como fontes para a compreensão do passado, ao lado de documentos escritos, imagens e outros tipos de registro. O trabalho com a metodologia de história oral compreende todo um conjunto de atividades anteriores e posteriores à gravação dos depoimentos. Exige, antes, a pesquisa e o levantamento de dados para a preparação dos roteiros das entrevistas. Quando a pesquisa é feita por uma instituição que visa a constituir um acervo de depoimentos aberto ao público, é necessário cuidar da duplicação das gravações, da conservação e do tratamento do material gravado. E esse é o trabalho realizado pelo Museu da Pessoa!

Conservação

A Reserva Técnica do Museu da Pessoa está localizada na parte dos fundos de sua sede física, no subsolo, em uma sala de 2,50m por 4,50m. Possui uma única porta e não há janelas. Conta com armários deslizantes de prateleiras e gavetas de aço com pintura eletrostática, aparelho de ar condicionado e um desumidificador Arsec, ambos utilizados para manter a sala climatizada entre 18oC e 21oC e níveis de umidade entre 50% e 55% (foi consultado o guia do Arquivo Multimeios do Centro Cultural São Paulo – CSP como referência), condições regularmente verificadas pela equipe responsável em um termo-higrômetro digital. O acesso à reserva técnica é restrito e controlado pela equipe responsável.

Tanto o portal quanto a base de dados passam por procedimentos de backup diário. Atualmente, ambos encontram-se hospedados e amparados pelo sistema de cloud da Amazon.

O material físico do acervo (mídias de gravação originais, representantes digitais e arquivos nato-digitais) estão sendo armazenadas em fitas LTO 7 para a preservação. Foram firmadas parcerias de salvaguarda do acervo, atualmente o Museu da Pessoa mantém uma cópia de seu acervo no Centro de Memória do Museu Judaico, tanto pela garantia de preservação do conteúdo como visando questões de caráter estratégico.

Desenvolvidas a partir de um consórcio entre as principais empresas do ramo, IBM, HP e Seagate, as fitas LTO (Linear Tape-Open) são uma tecnologia de armazenamento de dados em fita magnética desenvolvida na década de 1990 como uma alternativa de padrões abertos a formatos proprietários de fita magnética que estavam disponíveis na época. Cada fita LTO possui expectativa de vida de 15 a 30 anos.

O LTO foi a alternativa adotada pelo Museu da Pessoa para o armazenamento de dados a médio prazo (5 a 15 anos). Além do custo-benefício, as fitas LTO proporcionam maior vantagem por conta da densidade de dados armazenáveis e por prever a obsolescência do suporte: a capacidade de armazenamento desses produtos dobra a cada geração (atualmente está na LTO-8) e os drives de leitura são capazes de acessar até duas gerações anteriores.

Além disso, em fevereiro de 2019, o Museu da Pessoa depositou parte de suas histórias no Arquivo Ártico Mundial, um bunker localizado na ilha de Svalbard, na Noruega. A ação foi fruto de uma parceria com a Piql, empresa norueguesa que desenvolveu uma mídia de preservação a longo prazo e tecnologia de armazenamento na nuvem, nos quais as histórias foram armazenadas.

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