Ao longo do período de 2018/2021, o Museu passou por uma reestruturação em todos os setores. Durante esse período, o que é entendido como a coleção museológica do Museu (a saber, todos os registros audiovisuais de histórias de vida bem como os documentos a eles correlatos) passou por um processamento em sua totalidade.
A necessidade deste tratamento se deu justamente em virtude da compreensão da urgência de migração o mais rápido possível das entrevistas de seus formatos analógicos originais (a maior parte em formato DV – digital video), pois apesar dos esforços para manutenção das condições de conservação preventiva verificou-se que já estavam em andamento processos de degradação que podiam envolver perda de conteúdo.
Foram preparadas quatro estações de trabalho equipadas com softwares de edição de vídeo (foi utilizado o Adobe Premiere), que ao longo dos três anos capturaram o conteúdo de cerca de 10 mil fitas. Nessas estações, o conteúdo das mídias foi convertido e reorganizado. Esse material, bem como todo o conteúdo nato-digital produzido a partir de 2013, passará a ser armazenado em três vias, além das respectivas mídias originais, sendo estas:
- 1 via em fita LTO-7 a ser armazenada na reserva técnica do próprio Museu;
- 1 via em fita LTO-7 a ser armazenada em instituição parceira para a salvaguarda;
- 1 via em HD externo (em geral, foi adotado o HDD Seagate, variando entre 2 TB a 6 TB de capacidade de armazenamento).
Essa estrutura foi definida e passou a ser levada em conta tanto no orçamento anual do Museu, como na precificação de projetos executados, visando à continuidade e manutenção do modelo até que ele seja eventualmente substituído.
Além disso, outros aspectos foram levados em conta visando minimizar os riscos a médio e longo prazo. Para isso, alguns pontos foram diagnosticados com proposta de reavaliação para se adequarem, dentro dos objetivos propostos acima:
ITENS LEVANTADOS | DIAGNÓSTICO 2018-2020 | OBJETIVOS 2022-2024 |
Políticas de incorporação de novos acervos | Foi implementado um novo fluxo, porém ele ainda encontra dificuldades para sua plena execução. | Os acervos incorporados devem levar em conta esse novo fluxo, tanto nos recursos como na execução das normativas e padronizações propostas. |
Documentos Textuais | Predominam os formatos proprietários como DOCX, e outros frequentes do pacote Office da Microsoft. | Deverá ser feita uma versão em PDF/A, ou outro formato adequado, visando facilitar uma futura incorporação a um repositório digital confiável. |
Documentos Audiovisuais | Quanto a arquivos de vídeos e de som, é recomendado o encaminhamento de formatos nativos dos equipamentos (e que podem ser exportados posteriormente) ou formatos sem compressão ou perda. Para documentos iconográficos, é recomendada a utilização de arquivos na extensão JPG (para difusão) e TIFF ou Raw (preservação). | Devem ser definidos posteriormente os formatos a serem adotados visando facilitar uma futura incorporação a um repositório digital confiável. |
Armazenamento | Representantes digitais e documentos nato-digitais são armazenados em fitas LTO-7 para preservação com cópia em HD externo para consulta e acesso. O conteúdo está organizado de acordo com o contexto de registro das histórias, refletindo a estrutura dos projetos. | Os documentos serão mantidos dessa forma até a reavaliação da estrutura vigente. |
Estratégias de preservação digital | As principais estratégias empregadas são o “refresh”, ou refrescamento/migração (no caso, majoritariamente de MiniDV ou DVCAM para LTO-7), e a digitalização. | Estas estratégias serão mantidas até a reavaliação da estrutura vigente. |
Backup | Toda fita LTO-7 gravada tem uma cópia de backup armazenada em uma instituição parceira. O conteúdo da base de dados e do repositório interno tem backup diário realizado por serviços contratados. | Estas estratégias serão mantidas até a reavaliação da estrutura vigente. |
Metadados | É utilizada uma padronização própria, adotada ainda no início do Museu, em 1991, que reflete a estrutura de registro das histórias. Não há padrões estabelecidos de metadados. | Metadados definidos de preservação, transmissão, armazenamento e produção documental. |
Política de segurança de informação | É necessário implementar efetivamente a política de senhas e hierarquia de acessos que devem compor as informações de contexto de geração e uso dos arquivos digitais. | A política de segurança da informação estabelecida pela instituição deve ser plenamente implantada. |
Sistema de difusão | É utilizado o gerenciador de conteúdo Shiro desde 2014. | Será desmembrado em uma plataforma de gestão do acervo (denominada PGA) e uma de acesso e difusão (denominada como PAA). Ambas estão conectadas por meio de APIs. |