- Toda edição é, desde o princípio, um olhar, um recorte, uma perspectiva do editor. Este é um fato que deve ser assumido desde o princípio. É uma ilusão acreditar que se pode apresentar a história em si mesma. Assim, a edição é sempre um produto do editor e do narrador. Qual o limite?
- O limite de intervenção em uma edição é bastante flexível. No entanto, não é recomendável que se crie conteúdos novos para a história; ou ainda, que se utilize a história para corroborar um ponto de vista do editor. Editar é também escutar o outro.
- Escutar o outro, nesta narrativa, significa não “procurar” em suas histórias exemplos daquilo que queremos contar. O valor está em identificar os significados e as tramas sob a perspectiva do narrador. Estas, mais do que simples descrições de coisas que aconteceram, são histórias que dão um sentido à narração. Escutar o outro significa procurar estes sentidos, identificá-los e procurar evidenciá-los. Aí está a beleza da edição de uma narrativa.
- Quando o editor se faz mais presente que o narrador, a história perde sua singularidade e se torna apenas uma ilustração. Perde-se o outro em sua complexidade.
- Não se deve julgar a história. Tampouco deve se julgar o narrador. Não se deve usar o narrador para que ele ilustre nossas próprias ideias. Editar é tornar-se invisível, porém presente.
- Não se deve perder de vista o público para quem se dirige a história. Se a edição for desinteressante, não será consultada e o trabalho será em vão.
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