O olhar sobre o outro : é preciso se precaver dos juízos a posteriori e dos estereótipos. De modo mais amplo, é preciso evitar o erro que consiste em julgar épocas e lugares distantes com o metro que prevalece aqui e agora; erro tão mais difícil de evitar quanto maior for a distância no espaço e no tempo.
(LEVI, 2016)
Não há nada que imprima mais duradouramente as histórias na memória do que essa recatada concisão que as afasta da análise psicológica. E quanto mais naturalmente o contador renuncia aos detalhes psicológicos, mais facilmente sua história encontra lugar na memória do ouvinte, mais perfeitamente junta-se à sua própria experiência, e assim mais prazer ele terá um dia, próximo ou longínquo, em reconta-la.
(BENJAMIN, 2010)
Existem alguns momentos de criação de narrativas durante o trabalho que se realiza no Museu da Pessoa.
O primeiro deles é a criação da narrativa de vida. Esta criação pode se dar de inúmeras maneiras:
- Pela entrevista
- Pela construção da história pelo próprio narrador, que utiliza para tal um suporte – seja ele uma gravação em áudio, seja um registro em vídeo ou um texto.
As duas maneiras de construir a narrativa são bastante diferentes e possuem, portanto, resultados diversos.
O segundo momento é quando esta narrativa é editada. As narrativas são editadas, em geral, para apresentação desta história ao público. Esta apresentação pode ser feita para que o público crie interesse pela história. A edição varia segundo o propósito, o contexto, o suporte e o meio em que será apresentada. Mas todas as edições partem de alguns conceitos e premissas comuns.